maio 28, 2008

interpretação

sem paixão o amor é racional como qualquer outro conceito acadêmico, passível de compreensões vastas e tantas vezes equivocadas. Quem sofre de amor não se incomoda muito com o que se comenta a seu respeito, sobre o que se fomenta, mesmo sem ser de direito. Em geral, vê-se ao largo, põe-se de forma qualquer e se permite ser visto do modo que melhor convir ao observador. Mas admite que se enquadre nos preceitos preconcebidos e reconhecidos como fatos, que não fujam da retórica aparente, que denote controle sobre o que se supõe, sobre o que se diz, sobre o que se crê. Por tantas vezes confundido, esse amor invisível parece ser qualquer coisa e, se assim, é melhor não compreendê-lo. Compreende o que te digo? Não, por favor, não me entenda. Eu sou outra pessoa, cuja paixão impede a leitura clara daquilo que se mostra em linhas inteligíveis. Mas dou dicas, oriento o norte: busque enxergar simplicidade, mesmo quando abuso das alegorias. Meus adereços são metal sem valor e material que se recicla todos os dias, me reciclo todos os dias, mas não para mudar, apenas para retirar a ferrugem que teima em se posicionar nas posturas que adoto como duradouras e se esvaem como o vento.

Eu amo com paixão!

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