Tenho em tua casa meu santuário, em teu corpo, minhas relíquias, em teus gestos, meu ritual.
Nessa fé pagã surge a luz que alimenta minha vida e através dessa fé eu me refaço da fúria dos dias.
Não entendo outra religião, não creio em outras divindades.
É em tua homenagem que ergo minhas catedrais, onde proclamo teu lindo nome, mesmo que muitas vezes em vão.
É com base na tua força que rego os meus campos e, a partir deles, colho o pão de cada dia e encontro e bebo da seiva da vida.
Venha a mim todos os dias e me encha do teu amor e da tua alegria, pois sempre faço a tua vontade e tua vontade se conjuga a minha.
Perdoa as minhas pequenas bobagens. Perdoa, que são tão miudinhas. Além do que te perdôo por coisas que sequer imaginas que farás.
Nunca me deixes partir, não me jogues à tentação.
Livra-me do desamor, livra-me da solidão.
Amém
As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não tomo cuidado será tarde demais: as coisas serão ditas sem eu as ter dito. (Clarice Lispector)
agosto 20, 2011
junho 15, 2011
Calor
A porta da cozinha é sempre uma porta aberta. Aqui, na cozinha, se aconchega e se dispersa. Entremeiam-se histórias, confidenciam-se histórias, segredos de alcova. Ao mesmo tempo, tudo se liberta, tudo que vai por dentro se expande e acha a porta da sala.
A chama acesa do fogão aquece a água para o café, aquece a comida, aquece os amigos, aquece o amor. Aquece o que sucede a bebida, mesmo que resfriada.
Na cozinha, à mesa, se põe, além de pratos, talheres e comida, a vida, que caminha de um jeito próximo e íntimo. Segura, num espaço, cuja porta aberta, faz escoar o que se chega, o que se vai, o que se extirpa, o que se agrega.
A cozinha, esse espaço onde sabores e gestos se depuram.
A chama acesa do fogão aquece a água para o café, aquece a comida, aquece os amigos, aquece o amor. Aquece o que sucede a bebida, mesmo que resfriada.
Na cozinha, à mesa, se põe, além de pratos, talheres e comida, a vida, que caminha de um jeito próximo e íntimo. Segura, num espaço, cuja porta aberta, faz escoar o que se chega, o que se vai, o que se extirpa, o que se agrega.
A cozinha, esse espaço onde sabores e gestos se depuram.
abril 07, 2011
O céu
Que céu existiu em sonho, sem antes ser sentido e examinado? Que céu idealizado não se desfez pelo toque sutil e real da presença do mundo?
Há um céu em cada um de nós. Para achá-lo, tomamos como referência o inferno que construímos ao redor, todos os dias.
Meu céu é a fuga utópica da realidade desse amor que se constrói em agonia, em berço esplêndido e ironia.
outono de 2008.
Há um céu em cada um de nós. Para achá-lo, tomamos como referência o inferno que construímos ao redor, todos os dias.
Meu céu é a fuga utópica da realidade desse amor que se constrói em agonia, em berço esplêndido e ironia.
outono de 2008.
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