março 02, 2008

filosofia do amor em mim

diga-se que passei horas pensando numa mesma coisa, por todos os ângulos, por todos os lados, por dentro. Depois tranquei as imagens num cofre onde não se pode achar. Agora sou esse vazio inacabado pelo próximo enredo, que ainda não veio.

E você me diz que não é insistência, mesmo vindo de sua retórica meus piores hábitos. E você me atira,
despretensiosamente, proposições que desencaixotam as imagens lacradas, as perguntas sacralizadas pelo voto de silêncio, removem-se e tentam escapar pela boca. E entendo a irônica pergunta feita a Tales, quando este despencou em um buraco, por olhar para o alto, para o céu. Nunca é possível olhar tudo, ao mesmo tempo, mas escolhemos o alvo, escolhemos o jeito. Admiramos, contemplamos e nos permitimos afetar. Direcionamos os sentidos para aquilo que tentamos entender, para aquilo que desperta o desejo de ver de perto. Às vezes com espanto, outras com temor, umas com alegria, outras vezes com cuidado, em tantas com frouxo descuido... independente da aflição que me preenchia, era você o céu. E agora não sei como me resgatar deste abismo que, descuidadosamente, me fiz submergir.

3 comentários:

Anônimo disse...

Passei um tempinho sem ler mas suas palavras estão cada dia mais doces, Nica.
("Olhos e lua", adorei!)

Unknown disse...

Lindos textos ...

Adorei " outros verbos "

bjo

Anônimo disse...

descuidadosamente? Fui o algoz? É isso que você diz aqui. Fui o algoz e você aquela que só acreditou. Não é justo.