março 12, 2008

temática do desespero

em minha vida os acontecimentos parecem, às vezes, trens descarrilhados, desgovernados. Os sonhos são plantados sem planejamento, com cuidado contudo, pensados e organizados numa lógica, que se torna irrelevante no momento mesmo em que eles são gerados.

A imaginação relativiza qualquer medida que pareça afastamento. Sempre foi assim. Conjecturo as mais estranhas formas de justificativas, para manter a chama ardente acesa. Pode ser que não resolva, de certo não resolverá, mas parece bom e traz leveza, mesmo que momentânea. Pareço-me a mesma, mas ao redor tudo tomou nova forma, tudo se pintou ou descoloriu e me perco na tarefa de compreender em que país de Alice às avessas fui remetida. Não adiantam cartões postais, nem poesia em branco e preto, nem mensagem multimídia, nem telefonema à meia-noite, nem email descontraído... perdi os códigos de acesso e suponho que tentar uma segunda vez poderá fazer bloquear o próprio instrumento de remessa: medida preventiva!

Então a insônia tornou-se substrato de amor recôndito. Apenas as olheiras testemunham-no. Talvez o morcego angelista também possa atestar esse sentimento desmedido, explosivo, como trem descompassado e que meu peito teima em dominar, em embalar, para que adormeça, para que caia em sono profundo e se esqueça.

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