março 15, 2008

o amor pelo avesso

existem coisas que não se explicam mais tão facilmente. Preciso formar conceitos que correlacionem o princípio ao que se precipita em fim. Preciso aprender a ver como passado o que me acostumei a ter como presente. Evidentemente, essa não é uma tarefa das mais fáceis. Apegos, carências, hábitos, memórias, enfim, todos os nomes atribuídos ao amor, quando o tempo hábil de sua existência se perdeu em algum lugar-comum das palavras descuidadas pelo cotidiano, precisam ser extirpados. Precisa-se de tempo e disciplina, de vontades e certezas, mas sobretudo de ternura, sutileza, delicadeza, sobrepostos por uma certa ingenuidade, que garantam a veracidade da busca pelo esquecimento, mesmo que contemplativo, uma vez que, embora inadjetivado, esse amor permanece.

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