fevereiro 21, 2008

de frente para o abismo

pura ironia do tempo. O riso, hábito em disciplina, parece querer sair da boca e se esconder em algum artigo de madeira pesada. Eu já vi coisa parecida, coisa como girassol em dia de chuva: atípico e retraído.

Flor de lis, flor de lótus, flor do desejo. Mesmo esse desejo adormecido ainda se move e se apresenta como fruto da tua habilidade em fixar moradia nos corações. Desejo inquieto e intranqüilo, de onde surge a dor que me mantém desperta e que me leva a atravessar as noites me esquivando da lua, do céu, de qualquer estrela.

Leio a bula dos bons pensamentos, do correto comportamento e me vejo imersa na abundância dos efeitos colaterais. Explico-me! Um bom pensamento seria precursor de sorrisos e disposição, mas teimo em pensar em ti, que significa bom pensamento, mas que deságua em saudade, ausência, tédio, lágrima. Mas mantenho aberta a página em que teu rosto me olha e me devora. Descuido e cuidados de mãos dadas, em minha direção.

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