As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não tomo cuidado será tarde demais: as coisas serão ditas sem eu as ter dito. (Clarice Lispector)
agosto 22, 2008
conduta
para chegar à cura, intercepte-se a dor, a febre. Vivencie-se a penumbra do quarto e o calor da coberta exigidos pelo corpo, quando não mais se comporta nele mesmo. Para alcançar a cura, suporte-se a insipidez da comida e o amargo da água e que não se esqueça de negociar a ausência nos ambientes de labor. Para buscar a cura, investigue-se os meios e que sejam aceitos, sem contestações, as ervas e venenos; engula-se, sem náuseas, o fármaco que onera o estômago, o fígado e a carteira. Para entender a cura, perceba-se a harmonia prévia à dor que se instalou sem avisos e que não deixará reminiscências. Para querer a cura, reconheça-se a doença sem maquiagem: identifique-a; se há de fato o mal, perceba-o desnecessário, inoportuno. Para querer a cura, desapaixone-se pela penúria.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Nem sempre é fácil.
Postar um comentário