janeiro 05, 2008

métricas e especulações

postulado. Não era mais preciso. Mas aquele passeio me rendeu reencontro. Não sei ao certo porque parei, olhei para trás e estendi a mão. Agora feito o gesto não há como recolhê-lo. Soou como postscriptum, então agora ponto.

Lusofonias à parte, reconheço mais um verbo passível de uso nos diários impressos vagarosamente pelas mãos do tempo. Aqui, desconsidere o verbo do ponto de vista semântico. Embora possa adjetivá-lo de predicador, falo da palavra. Li certo dia (não sei onde, muito menos quando), "O abismo é o muro que tenho/ Ser eu não tem um tamanho"... apenas sei que se trata do Pessoa. E comecei a imaginar qual seria o meu tamanho. 1,69m não corresponde à forma sensata de tentar esclarecer essa dúvida. Não há tamanho para se pensar no tamanho. Entende? Eu também não. Mas vejo muros à frente e agora os suponho abismos. E agora sei que tenho um tamanho variável. Ao teu lado vario do imenso ao microscópico.

Ser eu não pressupõe tamanho e isso dificulta visualizar-me pelo espelho. Dificulta encontrar a roupa certa, o livro certo, a palavra, precisamente, a palavra certa. Por isso, talvez, calo. "Você nunca fala, Ana" Sim, eu calo. A palavra presa, o gesto contido, a palavra solta em outros ouvidos, o gesto indevido, num tamanho que desconheço, pois não penso no tamanho que tenho quando não estou contigo.

Um comentário:

Pedro disse...

hei, anamaria! finalmente vim aqui, e gostei muito. arretado, meo! beijo. pedropedreiro